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sábado, 12 de dezembro de 2020

Contos: No Circo e No Circo II - Índia x Kity!:)......enviado

 

 

                                               NO CIRCO 

                                               Lembrei-me  daqueles circos mambembes que ainda devem estar  seguindo  por este Brasil á fora . As lonas novas ou velhas , rotas ou inteiras . O mágico, a equilibrista , o palhaço , o teatro que acontecia  cada semana  levando dramas  e comédias  que  pouco ou nada conseguiam me fazer rir .

                                               Lembrei-me  de um , especificamente . O motivo  não vem ao caso . Mas é sobre um acontecimento que muitos  de vocês  irão  gostar . E que veio a ocorrer  em um circo .

                                               Passava férias  na casa de um tio no interior de São Paulo. Cidade pequena, daquele tipo onde todos se cumprimentam e quase todos fazem a “sesta “ depois do almoço. Via  as pessoas seguirem seus caminhos com um certo ar de superioridade para com aquele  sujeito da Capital , que gostava de passar  as tardes  na varanda  observando o quase nada

                                               Preciso agora falar  sobre o CIRCO INTERNACIONAL ESPANHOL. Primeiramente   posso dizer que  estava em melhores condições  que outros que eu  conhecera . A lona ainda estava praticamente  inteira , bem pintada   . de azul  , vermelho e preto. O dono   se apresentou ,  certa manhã ,  na venda de um tal Tibúrcio . Sujeito simpático, falastrão , disse chamar-se Xerxes, mas gostava  daquela espécie de alter. ego  - muito melhor para o dono de um circo que antes já pertencera ao seu pai e ao seu tio : “Pablito Gomes “ ; vestia agora,  um traje que  eu só  havia visto  exatamente em  filmes sobre circo. Mas , fora este particular , posso considera-lo um boa praça . Não é demais falar  que passamos o resto daquela tarde  entre conversas , comidas e bebidas .

                                               Todos nos  daquele bar- restaurante, estávamos  bastante  embriagados; no entanto, Palito   não deixou de nos convidar :

                                               - Meus novos e caros amigos  . A hora se faz tarde  , mas  gostaria de convida-los para a função   de amanhã . Vai ser a melhor  que eu já  apresentei. Pois , não sabem os senhores , que duas caminhoneiras vieram até meu circo  e  pediram licença para que   permitisse  que  se enfrentassem em uma luta uma contra  a outra . Aceitei  de pronto, só com um senão : Que elas primeiro  enfrentassem  a minha campeã : A Índia Bororo. Já   marquei as funções  de amanhã , de sábado que vem e no outro sábado. Não sei quem vencerá ( claro que espero pela minha lutadora ) no entanto, e com certeza , “ encherei a burra “ nestes três fins de semana . Vocês virão, por certo.

                                                Não pensei duas vezes  ao aceitar  o convite . Não contei aos leitores , que  sempre gostei  de ver mulheres lutando.  poderia ser  com biquinis ou maiô inteiriço. Não sou muito fã das lutas na lama , no sabão , ou em outros cenários – claro que excluo a luta no óleo, mas isso já é outro assunto.  Não direi quando começou este gosto por mulheres se batendo. Digo , no entanto , que tem a ver com uma morena tipo índia , de carnes fartas e peitos apetitosos .

                                               Acordei  cedo . A manhã convidava para  passear  como um flaneur . Dia agradável, com uma leve brisa  e  a neblina que já se dissipava . Mas  não houve tempo , quando estava no do café da manhã ,   acabando  de beber o melhor café que havia  experimentado , junto ao dono do bar- no  restaurante  do  Tibúrcio , com  dois conhecidos da cidade, e duas mulheres . Mas  não eram  quaisquer mulheres . Estavam mais  para uma obra de escultura: Praticamente do mesmo tamanho, fortes , pernas grossas , seios  opulentos , rostos   marcantes ( daqueles que  chamam a atenção por terem   as maçãs do rosto  um tanto pronunciadas ) , vestiam  bermudas  justas  e camisas propositadamente entreabertas  para mostrar o colo  e , como dizia o poeta   “ mexe com as cadeiras para cá , mexe com as cadeiras pra lá  - elas mexem com o juízo do homem que vai trabalhar “  .

                                               Sentaram em uma mesa ao nosso lado , e pedindo um cigarro  iniciamos uma conversa .

                                               Elas me contaram  que  se conheciam  nesta vida  das estradas  a mais ou menos dez anos. Que por  coisa de somenos  deixaram de ser amigas intimas e passaram  a completa  rivalidade- o que não acreditei no momento   . Que eram  deste Estado de São  Paulo, e que  algumas vezes até brigaram feio – de baixar polícia   . Mas de um tempo para cá   quase acertaram  suas  desavenças .  Que haviam marcado esta cidade para resolver de vez  a questão – que nem mesmo elas sabiam . Um  garoto falou do Circo  e da tal de Índia Bororo,  que aceitara  que resolvêssemos  nosso acerto de contas , deixando ao nosso dispor  o circo; desde que também  enfrentasse  a tal Índia .  Claro que nos convidaram  para ver o combate , nos três dias que o  dono do circo  havia marcado. E,  para dar mais excitação  a mim , as duas  passavam as mãos  nos seus corpos  .

                                                 Deixo de contar  acontecimentos  deste dia , reservando- me no direito de contar  a luta  entre  Sandroca – como ela se apresentou – e a Índia Bororo.

                                               Na noite marcada  encontramo-nos  em frente ao Circo.  Logo ao lado da entrada , um cartaz quase da altura de um homem médio  , trazia  a  foto de cada uma das duas  que em breve estariam lutando. Não havia reparado na tal Índia Bororo, mas espantei-me com o tamanho e a musculatura  dela. Achei , inclusive , que já  havia visto em São Paulo  dentro de um inferninho- fazendo a mesma coisa  que iria fazer aqui. Mas , naquela ocasião  seu nome era  Noêmia – ou  a lutadora misteriosa.

                                               Estava de espirito preparado para assistir o palhaço, o mágico, os palhaços , o engolidor de fogo, até a malabarista  e – quem sabe – o equilibrista .  Lá dentro as arquibancadas  estavam  cheias . Nos indicaram  cadeiras praticamente  na primeira fila .

                                               Uma coisa que notei, entretanto, foi o fato de que a medida  em que  os  artistas iam se apresentado, aumentava  muito a exasperação da plateia com a demora .

                                               Sentou-se ao meu lado , Kity- como ela se apresentou – e foi logo me contando   que estava ali para  conhecer sua futura adversária.

                                               - Sabe . Quando for a minha vez , vou quebrar está Índia ; e depois  fazer o mesmo com a Sandroca . Você vai ver , senhor ...

                                               - Sergio Grotius.

                                               Sequer tivemos  tempo para  conversarmos; uma vez que o Mestre de Cerimônias  já apresentava

                                               - Respeitável público. O Grande Circo Espanhol  tem a subida honra de trazer   para o deleite de todos, uma luta entre mulheres . Sem mais delongas , chamo agora   a campeã nacional   de luta livre . A exuberante  Índia Bororo , com o invejável cartel de mais de quarenta lutas , com perto de trinta e cinco vitórias , quatro empates  e uma só derrota .

                                               Vi entrar  uma morena alta , com corpo  que considerei perfeito, descalça , um roupão- onde se podia ler “ A Terrível Índia Bororo “.- roupão este  entreaberto deixando que víssemos  suas pernas  e notadamente  as coxas .  Movimentava os músculos , batia com as mãos  fechadas  em seu peito, olhando desafiadora para a entrada  dos  circenses.

                                               -  Cade a minha  adversária. A moça  desistiu, quem sabe  . Deve ter visto meu físico. Mas ainda não conheceu o que este corpo  fará com ela. Não perde por esperar até que experimente a força das minhas coxas  ou o “ arm. look “ que meus braços  podem fazer .   ( e continuando a olhar para  o mesmo lugar, passou a gritar  “ caminhoneira. Venha conhecer a minha força . Depois eu mesma vou te deixar em seu caminhão , desacordada “)

                                               A partir de então , passou a  flexionar seus músculos e num rápido movimento tirou  o roupão ; mostrando um corpo  atlético, forte , dentro de um maio  que só reforçava o seu maravilhoso corpo  - ,  senti que ela olhava agora para as minha acompanhante, que  tentava  virar a minha cabeça  para o lado .

                                               O mestre de cerimônias  continuou

                                               - O  Grande circo Espanhol tem a honra de apresentar aquela que afirma acabará com a nossa campeã. Aqui está mais uma   desafiante . Uma digna representante desta sofrida categoria dos caminhoneiros . Aquela  que   prometeu terminar  a carreira da nossa campeã; - Sandroca, a Demolidora – como ela faz questão  de se nomear .

                                               Então  vejo entrar  a loira que encontrara  no bar -restaurante do Tibúrcio. Teria a mesma altura e peso que sua rival. Pernas grossas e possivelmente macias, peitos de bom tamanho ( como inclusive havia antevisto quando de nosso encontro anterior ) , um rosto marcante .Vestia um roupão azul que parecia menor  para seu tamanho, o que facilitou extasiarmos  com a visão daquilo que poderíamos ver de  seu corpo.

                                               - Índia – começou a falar Sandroca- vou te mandar para sua tribo , e deixarei aos cuidados de seu feiticeiro, ou estarei no próximo Kuarup  em sua honra . Não conheço sua força, mas com certeza vai  espantar com esta caminhoneira .  Mas , não acha que estamos demorando muito , certo.

                                               Sandroca movimenta seus músculos , os braços , força as mãos  em sua cintura estuando  o peito e aumentando o volume d4 seu costado, que já é grande .. A Índia faz o mesmo . As duas agora parecem  dois blocos de músculos . Poderia ver que  neste particular , Sandroca teria uma certa vantagem. Para  provocar a rival, Sandroca  faz sinais  mostrando que  a luta vai ser rápida , e a adversária  será derrotada .  Sandroca dá de ombros .  Isto, até que um arbitro  sinaliza para que comecem a lutar. Lentamente  as lutadoras começam uma espécie de  balé , aproximando ou  afastando- se da rival; tocando os braços  como a querer puxar a outra para  um maior contato. Sandroca levanta o braço chamando a outra para um teste de  resistência , que é logo seguida pela Índia . Ambas procuram  vergar a outra . Quando este verdadeiro cabo de guerra faz vergar as costas da Índia,  Sandroca levanta o pé  e acerta a barriga da oponente , rapidamente envolve  o pescoço da rival e começa a apertar ( “ moça  , agora você vai conhecer o meu torniquete . Quero ver você  pedir água  antes que perca o ar “ – “ Eu, ser vencida por uma caminhoneira , nem ´pensar . Que lorota.  Vou é acabar com você e não vai demorar. “). Mas Sandroca sente o quanto a Índia é forte e resistente  e que realmente  pode derrota-la  bem rápido. Assim , leva a oponente até  as cordas , coloca o corpo da rival entre a primeira e a segunda corda  e soca várias vezes  na altura dos seios  e da barriga. A Índia , pela primeira vez ,sente que pode perder  , especialmente quando  terminam os socos . Sandroca está exultante. Pensa  que fará o mesmo  na Kitty , joga a rival contra um dos corners e se joga contra ela, que escapa ainda enfraquecida. Sandroca sente a batida contra o corner . Sandroca  vê a Índia ainda  zonza e  tenta pegar pelas costas . Mas a Índia se recompõe  e consegue acertar um soco na mandíbula da sua oponente , que sentindo o golpe  recua.  A Índia parece ter recebido uma injeção de ânimo, e consegue  envolver   o pescoço da Sandroca , e começa a apertar . Sandroca ainda se debate  para tentar se livrar . – Enquanto tudo isto está ocorrendo  Kity já andou mordiscando o lóbulo da minha orelha , já  passou a mão em meu corpo por dentro da camisa , e só não foi mais além  por que  a luta recrudescia .  ( você vai ver , Sergio , como agora a Índia vai massacrar a Sandroca “ Voce , torcendo pela adversária que coisa . “  “ Mas é claro, se ela for derrotada e eu vencer a Índia , acha que terá peito para me enfrentar , eu não acho “) -  A Índia  empurra a adversária  para um dos corners  e desta vez parte  dela o ataque contra a Sandroca, acertando com os pés , os peitos e o lado do pescoço   da Sandroca  . Sandroca desaba . A luta terminou.

                                               Descendo do ringue , a Índia  olhou atentamente  para a Kity e comentou :

                                               - Moça , o que fiz com a sua amiguinha aqui, é pouco  comparado com o que  farei com você sábado que vem.

                                               - Vamos aguardar . Mas não acredito.

 

Nota final :  naquela noite  tive a mais fantástica noite de sexo  da minha vida . Comecei a pensar , no entanto , em Margot- se ela enfrentaria a Índia  e  inclusive  fazia  mentalmente uma comparação  no que dizia respeito  ao sexo selvagem que tanto Margot quanto ela  faziam. E , confesso  , tive sérias dificuldades  em pensar na vencedora. O sábado que vem poderá  decidir isto.

                                                M Grotius- 2020

 

                                               A INDIA  E KITY – OU NO CIRCO II

                                               Sandroca não estava conseguindo esquecer  sua derrota  frente a Índia Bororo. Sentia necessidade de procurar ou provocar qualquer mulher  para enfrenta-la. Não sabia bem  o que estava sentindo. Era uma espécie de prazer e desejo de vingança. Claro que lembrava  que ainda  havia  o enfrentamento com  Kitty;  ali- quem sabe  - conseguiria acabar com  esta estranha sensação .

                                               Kitty, por seu lado , deixara de se ´preocupar com Sandroca. Seus olhos eram  para a Índia Bororo. Vira o quanto era forte e resistente , ladina e aproveitadora em qualquer deslize  da adversária . Durante a luta  do sábado passado , sentira  os golpes  bem dados pela Índia , como se fossem  contra ela  – inclusive aquela chave de pernas  - sem dúvida ali estaria o golpe de misericórdia; devia se precaver . Mas  por outro lado , não pensava em derrota. Pensava na Sandroca e nos fatos que haviam levado a esta aprazível cidadezinha , e ao circo .  “ E se  eu desistisse de ser caminhoneira  e entrasse para o circo . Corpo eu tenho, coragem é o que não me falta, e tempo para aprender  tenho muito. “

                                               E assim ia passando  a semana . Entre  treinos , cuidados com o caminhão , almoço e janta na  bodega  do Tibúrcio, e passar as noites comigo.

                                               Eu continuava a gozar  os prazeres da cidade , caminhadas , passeios pelas fazendas  do entorno e as “ calientes “ noites com Kitty.

                                               Não sei bem porque , mas  uma tarde  de quarta-feira  , encasquetei  em conhecer  a tal Índia Bororo. Não  pensem os senhores , leitores , que  sou um libertino, mas que mal haveria em conversar com aquela verdadeira obra de arte . Procurei-a até  que acabei por encontra-la   banhando-se  no riacho próximo à cidade . Como em um clichê , fiquei  escondido  vendo -a  saindo   do riacho com a roupa que Deus lhe deu . Não pensei  em sair daquele esconderijo, mesmo que ela acabasse  por me descobrir . O corpo molhado , os movimentos de uma verdadeira esportista  e aquelas coxas  grossas que  tanto haviam apertado  sua rival no sábado passado. Temi pela Kitty; aquela mulher  teria forças , talvez para causar mais  danos a minha amante ocasional do que aquelas que causou na Sandroca .

                                               Ela me encontrou , e com a inocência sedutora  falou para me aproximar .  Sentei na relva ao seu lado  e ela começou a contar a história  de uma mulher que vivia no circo a mais de dez anos , depois de uma desilusão  amorosa . Que ali encontrou guarida e atenção , bem como  aprendeu alguns truques e  alguns macetes  da nova profissão . Que não era índia na acepção  da palavra ( sua mãe  com certeza era ) deixou de contar alguns segredos  . Mas  falou de como deixou de ser a “Mulher dos Chicotes “ para acabar como  “A Índia Bororo “ havia sido em uma outra cidadezinha  , uma mulher estava causando  barulho no espetáculo , Não  entendeu o porquê  ela  foi tirar satisfações  com a tal mulher , e acabaram se envolvendo em uma luta de gatas . Claro que ela vencera. Na cidade seguinte  fez sua estreia como lutadora.

                                               Depois de contar  sua história , deitou-se na relva e me chamou. Devo ter passado  umas duas ou três horas ali  com ela deitada.        

                                               Mas, devo estar  fugindo  da história. Mas , esperem  que a coisa vai esquentar . Por enquanto devo confessar  que, ter as duas no meu quarto era melhor do que  as noites com Margot , a Magnífica. Que ela não me ouça.

                                               Mas , o que vocês querem  é a luta. Então vamos lá .

                                               Sábado á noite  estava agradável. A frequência no circo  estava          cada dia mais alta . Até o prefeito tão sisudo, o Juiz da Comarca vizinha , o padre ,  o pastor , e o chefe de polícia também . Acabei notando que  as mulheres  eram em maior número .

                                               Sentamos  na primeira fila ao meu lado  Sandroca  estranhamente  estava alegre – diria sorridente  -

                                               “ Sergio ´- começou ela – você vai  vervo que a Índia vai  fazer com a Kitty, Não gostaria de estar no lugar dela . Você me desculpa , se  aplaudir a derrota da sua amante .

                                               “ Mas ...”

                                               “ Bobinho, acha que não  vi durante esta semana. Saindo  do hotel quase de manhã . Conheço a bisca  e sei que ela sempre  dorme no seu caminhão .  E tem mais , você também anda traçando a Índia . Faz bem, muito bem. Assim. As duas vão se acabar no ringue  e a luta com a Kitty vai ser um passeio.

                                               É chegado o momento da luta . Os olhares  estavam voltados para o ringue – nem mesmo  o vendedor  de  pipoca  deixou de olhar.  As duas  amazonas  subiram no ringue. Ficam lado a lado , o que permite  ver que teriam a mesma altura e o mesmo peso aproximando.  A Índia começa a movimentar vos músculos , os braços e a olhar intimidativamente para Kitty, faz agachamentos, provocações  ( “ Minha garota . Vou fazer pior  do que eu fiz com a sua amiga. Pode estar certa . Vou te trucidar “)  , coloca as mãos na altura  da cintura , arqueia um pouco as costas  e enche o peito. Tudo para parecer mais  ameaçadora . (“ Você me quebrar !  Acha que tenho medo . Na minha vida de caminhoneira tive de bater em muito homem e em mulheres como você . Sei que o espetáculo  vai ser ótimo. “).Kitty faz o mesmo . A Índia gesticula para a plateia  com movimento das mãos  como a dizer que a rival não vai aguentar muito ( “ Acho que vou brincar um pouco com você , e quando quiser  acabo com a sua raça” ) . Kitty responde no mesmo tom (“ acabar comigo, moça . Acho que não ouviu bem , eu quase matei uma mulher do seu tamanho só com meus punhos . Sou eu que vou findar a sua  carreira de lutadora . Vai ver “) O juiz faz sinal para que comecem a luta  . Começam  como se dançassem em volta do ringue com as mãos crispadas , os dedos parecendo garras , não perdem  de vista uma a outra A Índia  levanta  os braços  como se desafiasse a oponente a um teste de resistência . Kitty aceita  e engalfinha os dedos  entre os dedos da rival.  Começa um jogo de força onde cada uma tenta   dobrar a outra  esperando que chegue até o chão . Kitty  começa a vergar-se – os pés ainda no chão  e a Índia empurra-la  para baixo-neste momento  a Índia levanta um dos pés , com o risco de cair , e  acerta a barriga da rival, rapidamente envolve o pescoço  da  oponente  (“Kitty ainda é cedo para você desmaiar aqui , mas prometo deixa-la tão fraca  que será fácil derrota-la “ –“Vai sonhando , estou apenas me esquentando “ ) Kitty agora tem certeza do quanto a sua adversária  é forte , e que  não adianta as bravatas  e promessas de vence-la facilmente . A Índia a leva até as cordas , coloca o corpo da rival entre a segunda e a terceira corda  e começa a bater nos seios  de Kitty , que mesmo sentindo a dor , não consegue  soltar-se  A Índia agora está eufórica ,  já derrotara Sandroca , e agora  a outra caminhoneira; agora – quem sabe – o patrão irá dar aquele presente que prometeu ou voltará a dar maior espaço para ela  no circo – Por isso  solta a rival das cordas  e joga-a de encontro á um dos corners do ringue , toma distância e se lança contra Kitty , que , ainda enfraquecida  consegue se desviar daquele choque. Ainda tonta e não acreditando naquilo  que aconteceu , vê a adversária  agora , fazendo sinais para que ela a ataque. A Índia  vê que mesmo assim a rival esta tonta , e corre para pega-la pelas costas . No entanto, Kity acerta uma direita que vai atingir a mandíbula da Índia , que sentindo o soco recua . Kitty sente novo ânimo e dá um “ arm. lock “ na rival  apertando  agora com vigor  que acreditava perdido. A Índia  tenta se livrar . Agora é Kitty quem  leva a rival para o corner  e se joga contra a Índia , usando agora os pés  atingindo uma vez  num lado da cabeça  e o outro no peito. A Índia desaba . A luta terminara .

                                               Sandroca , ao meu lado , ainda com as mãos  massageando meu corpo  , e ainda á pouco mordiscando o lóbulo da minha orelha ; não está acreditando  naquilo que está vendo. Perdera da Índia  daquela forma  no sábado passado ; vira ,agora , Kitty acabar com a Índia . “ Talvez fosse uma boa ideia desistir da  batalha do próximo sábado “- pensou.

                                               Pouco  tempo depois , Kitty sai detrás   da cortina do circo , chama Sandroca de lado , e ao pé do ouvido  conversam.

                                               - Tem certeza mesmo! Foram anos na estrada . Vai jogar tudo fora , só porque venceu a Índia . Perda de tempo.  E o nosso desafio , onde vai ficar.

                                               - Calma  Sandra ; ainda temos o próximo sábado. Até  lá ainda vou pensar .

 

CONTINUA

                                               M . GROTIUS 2020. 

 

           

                                                          

   

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