JOCIENE E JULINA NA
CASA DE MASSAGEM:
Era considerada “carne fresca”,
perfeita para ser alvo de piadas, maledicências, e outras coisas mais. Chegou
chegando em uma tarde abafada. Trazia uma pequena bolsa e o celular. Bateu á
porta de madeira de uma casa assobradada em um bairro não muito longe do centro
de São Paulo. Estranharam por que ela simplesmente não entrara e fizera sua apresentação,
era pratica naquela casa.
Uma casa agradável, que não causava
nenhum tipo de suspeita na rua um tanto movimentada, com prédios em cada lado
da rua. Logo na entrada um senhor bem apessoado atrás de um balcão, indicou-a outra
porta. Dentro da sala, foi alvo de um interrogatório sucinto, onde perguntaram
sua origem, onde morava, a idade, quanto tempo trabalhava naquela profissão e
inclusive se havia tido algum tipo de doença.
Souberam tratar-se de Jociene,
que era da cidade – de um bairro da zona Oeste, Que chegara a estudar até o
vestibular, que morava em um apartamento a maior parte da semana, só voltando á
sua família nos fins de semana. Que conhecia os homens e que estava para
entrar no time das balzaquianas . Quanto
ao serviço, não reclamava de nada, com a única exceção “aquelas coisas de sado
masoquismo”.
O dono da casa a examinou por
alto, uma mulher bonita, de olhos faiscantes, sorriso largo e convidativo, boca
pequena e cabelos negros encaracolados. Pelo tamanho diria ter entre um metro e
setenta ou oitenta, e peso aproximado de uns 90 quilos.
Foi levada então á outra sala
mantida em meia penumbra, onde poderia distinguir Algumas mesas e uma área
livre que poderia ser usada como pista de dança, um bar ao fundo e a
indefectível escada que levaria aos quartos.
No vestiário pode ser mais bem
vista como tendo seios fartos, mas não tão opulenta pele branca não leitosa,
barriga retinha.
, coxas roliças, braços
saborosos, a bunda não muito grande nem muito pequenos.
Perguntou á uma garota morena
de cabelos longos, quase nua, de seios grandes e de corpo malhado.
A resposta , no entanto, foi
quase um desafio.
- Moça você é gostosa, vai
fazer sucesso aqui na casa, mas não se meta comigo ou com meus clientes.
Jociene ficou quieta, olhou
para a mulher e só respondeu:
- Sem dúvida.
Passaram-se os dias, que se
tornaram semanas e findou o mês. A relação de Jociene com as demais garotas e
clientes só aumentava. Muitas viraram amigas intimas, em tão pouco tempo que
pareciam conhecidas de infância. Poucas ainda guardavam distância da novata,
mas mesmo assim, no fundo a convivência foi boa.
Menos para com a morena Joana,
que havia recebido como nome de guerra o nome de Julina. A relação entre elas até
começou cordial (muito embora corressem estórias escabrosas sobre ela). Jocilene ouvia mas as tomava como fofocas em momento de
descanso.
Isso até que em uma noite Julina
se engraçou com um cliente que conversava com Jociene. A situação que havia
começado calma foi em um crescendo, tal o jeito com que Julina flertava com o
cliente.
- Garotão – finalmente falou
Julina - esta aí não dá no couro. Uns poucos minutos e ela vai entregar os
pontos. Vem comigo que quem irá entregar os pontos vai ser você.
Jociene mantinha a calma, mas
qualquer uma delas não saberia até quando.
- Jociene! Onde já se viu continuar com este nome aqui
dentro. Não sei como você consegue os clientes com este nome. Só pode ser nome
de empregadinha doméstica, ou coisa pior.
Jociene levantou-se e ficou de
frente com Julina.
- Olha aqui, moça. Vamos parar com
isso, estou ficando cheia de suas insinuações. Estou muito brava, e você não
vai querer me ver brava. Ou vai?
- Não disse, ficou brava por
que disse que seu nome é de empregadinha doméstica. O Pedro deveria tê-la
contratado para fazer limpeza e preparar nossa comida. Não acham, garotas? Vá
catar coquinho.
Assim falando, Julina foi
abrindo espaço na área livre, empurrando as mesas. As moças chamavam o dono da casa.
- Chamem o Pedro. Hoje vai ter briga.
Uma das duas vai embora.
Com Pedro na sala , as duas se
posicionaram ,deixaram os roupões caírem dos corpos; “Vai ver agora, menina,
vou acabar com a sua raça.”. “Vá pensando velha. Os tempos mudaram”. E foi
Julina quem atacou primeiro, com um tapa no ouvido. Jociene riu, balançou a
cabeça “só isso!”. Julina voltou ao ataque com uma gravata e três socos no estomago.
Julina caiu ao chão com a adversária ainda segurando seu pescoço. “Viu! E isso
é só o começo”. Levantou a adversária e jogou-a para um lado onde caiu em uma
cadeira. Julina foi até ela, mas Jociene acertou um chute com as costas do pé,
levantando-se.
Fechando as mãos Julina também se levantou e fez
um sinal a entender que não fora nada. Mas não conseguiu se esquivar dos socos
no rosto. Cambaleou, parecia tonta, ao que sua rival deu dois chutes na altura
do pescoço. Julina sentiu os golpes, mas usava agora seu golpe preferido- o
abraço de urso- forçando que a rival levantasse os pés do chão. Jociene, ainda
com os braços soltos continuava a esmurrar Julina, mas estava cada vez mais fraca. “Quer que eu quebre sua espinha?” Julina soltou
a rival no chão aparentemente batida, e jogou-se contra ela , que saindo de
lado prendeu as pernas e braços de Julina. “Sai desta sua desgraçada!” Imobilizada,
Julina bateu a mão nos braços de Jociene, acabando a luta.
- Boa garota- retrucou Julina –
mas da próxima não serei tão boazinha.
-Veremos- respondeu a outra.
Em uma mesa ali perto, Pedro
esfregava as mãos sorrindo.
Mario – 24/2/17
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