DILEMA RESOLVIDO :
Pela sua vida , pela fama e pelo dinheiro teria de continuar a fazer aquilo. Tal dever já a estava cansando á algum tempo ; mas a fama que ganhara a obrigava a continuar. Aquele prazer que vinha sentindo de tantas vezes haviam sido substituídas por este cansaço, esta falta de esperança ou de prazer – para não dizer tesão - Claro que gostava quando lutava com mulheres fortes ; sentir o seu corpo contra o corpo de outra mulher que também tinha a obrigação de vence-la . O mesmo dizer para toda aquela adrenalina, o gostoso em ver sua rival caída aos seus pés , a plateia assobiando ou só aplaudindo . Todo este estimulo estava acabando, e não adiantava o dono da trupe marcar outras lutas em outras cidades . Escolher a dedo as adversárias , elogiar sua força , sua beleza contra as fraquezas das adversárias . Mas tudo isto teria de acabar algum dia , e ela sentia que o dia chegara .
A trupe da Caravana Rainhas do Ringue , nascera á muitos anos, diria inclusive que viera do pai do Fabricio Gusmão Santos Biscara , que teria recebido de seu pai- um italiano que viera para trabalhar no campo e que achou melhor criar esta Caravana . A sua história com esta Caravana começara á uns cinco ou seis anos, quando ela aceitou o desafio de lutar contra a campeã da trupe - uma morena da cor dos mouros . Ela mesma não acreditava que poderia vence-la, mas a recompensa por semelhante feito era tentadora. Para encurtar a história , a moça derrotou a moura de tal forma que naquela noite mesmo a derrotada pediu as contas e desapareceu por este mundão de meu Deus .
E a partir de então passou a ser conhecida como A INDIA COMANCHE . Este nome se grudou tanto ao seu que quase não lembrava de seu nome civil, Amaralina Chagas Pancino .
A Caravana circulava por este país , e até fazia excursões para o Paraguai , Bolívia e Peru. Amaralina tomou gosto por aquela vida de nômade , pelos cuidados que o patrão lhe oferecia e os rápidos amores por onde passavam.
Mas , havia decidido, era hora de procurar outros ares . Quem sabe voltar aos estudos, ou qualquer outra ideia que viesse .
E foi assim que encontrou Fabricio sentado em uma mesa do pequeno bar - restaurante – hotel onde pararam, em alguma cidade do interior deste país .
Nunca iria reclamar de Fabricio, com todo aqueles modos tão cavalheiresco, o cheiro do perfume , aqueles olhos azuis ; e seu modo carinhoso de fazer amor .
Mas tomara a decisão . Não iria voltar atrás .
- Minha campeã – falou Fabricio tão logo ela pisou na calçada em frente ao bar- restaurante Mirante .- Minha cara acabei de receber um telefonema de um amigo meu de longa data . Ele diz ter uma mulher que deseja muito medir força com você . Andrei sondando por aí, com meus contatos , e pelo que me contaram, será um grande espetáculo. Este meu amigo se prontificou inclusive em traze-la para cá : ou se quisermos ele arranja um local na Capital. Basta você dizer que aceita . Acertamos uma bolsa bem polpuda para a vencedora . Mas a derrotada também pode receber alguma coisa .
- Fabricio , precisamos conversar antes que eu possa dar a resposta . Podemos ir para o quarto, certo.
- Sim , minha campeã. Onde você quiser , minha deusa .
No confortável quarto alugado em que os dois acabavam de entrar , Fabricio olhou longamente para a grande cama , mas Amaralina tratou de chamar sua atenção .
- Fabricio , você já havia me prometido que aquela luta da semana passada seria a minha ultima . Agora você vem com este amigo que já arranjou um combate . Você sabe que já estou cansada disto.
- Menina , você não pode me deixar na mão . Este meu amigo garantiu que poderemos fazer esta luta na Capital. Ora. Não é um prêmio , sem dúvida .
- Fabricio não me obrigue a dizer outra vez para você , o quanto estou cansada de tudo isto. Falei que queria voltar a ter a minha vida , de deixar de ser conhecida como a Índia Comanche. Quero voltar a ser simplesmente a Amaralina . fazer uma família , e quem sabe até voltar aos estudos.
- Só pode estar louca ! Você vai querer trabalhar no campo, ter uma dúzia de filhos , criar calos nas mãos e até acabar sendo expulsa da terra . Ora vejam só . Não Amaralina , você nasceu para os holofotes , ganhar presentes , viver á larga . E não desaparecer em um canto qualquer . Lembro- me bem como gostava daquelas noites de espetáculo. Do medo na cara das suas rivais , e quando perdia chorava nos meus ombros . Nada disso. Você vai lutar mais uma vez. E tenho dito.
- Entenda de uma vez, Fabricio. Gosto de você , das garotas , da nossa vida de aventuras ; mas esta vida acabou para mim.
- Nada disso . Você não vai me deixar assim de repente . Junto com esta luta , já acertei pelo menos mais três praças para nosso espetáculo.
- Nada vai me fazer mudar de opinião . Até já comprei uma chácara no norte do Estado . La farei a vida do jeito que sempre quis .
- Amaralina , não faça isto comigo. Se o meu amigo souber que a nossa estrela , a grande campeã desistiu, não sei o que ele é capaz de fazer .
- Fabricio. Daqui para frente , o problema é somente seu. Agora o problema é só seu.
Fabricio estava quase sem argumentos .; Todos eles iam sendo derrubados com maestria por Amaralina . Só lhe restava um ; a “ piece de resistânce “ , o “ coup de Grace “. Mas , primeiro esperou que ela se acalmasse .Sabia que com este argumento ela não recusaria.
- Mas , Amaralina, não contei sobre este meu amigo e qual mulher quer lutar com você .
- E eu lá tenho ideia ou vontade de conhecer este seu amigo ou minha improvável adversária .
- Acho que vai mudar de ideia depois que eu contar .
- Duvido .
- Pois vamos lá. O meu amigo de longa data , também empresária lutadores e lutadoras que se apresentam por este Brasil á fora . Pois bem ; dentre as lutadoras tem uma em que você gostaria muito de bater .
- Por acaso não seria a ...
- Sim , minha deusa , “A MADAME LEOPARDO”. A Jessica . Aquela que ganhou de você e prometeu te partir ao meio se encontrassem de novo. Mas , como você está com esta ideia fixa de mudar de vida, acho que vou telefonar para o meu amigo e cancelar a luta. A Jessica com certeza , vai dizer que você é covarde , medrosa .
- Por conta Aquelazinha , desisto de parar . Se ela pretende me partir ao meio ; quem vai fazer isso vou ser eu. Pode marcar , acerta a bolsa bem polpuda , e vamos lá .
Fabricio abriu um largo sorriso . Sabia que a Amaralina não iria fugir de enfrentar a Jessica , nem que fosse a ultima luta de sua vida . Haviam se enfrentado umas cinco vezes , com três vitorias da Amaralina , uma da Jessica e um empate .
- Mas não se esqueça; esta vai ser a minha ultima luta .
- Veremos .
Acho que já estou cansando todos vocês , com esta coisa de desistir da luta , de aceitar . Demoramos muito nisto, mas considero importante ter colocado este dilema na cabeça da Amaralina .
Mas , voltemos á história :
A trupe havia chegado no local marcado- uma daquelas quadras de esporte onde se joga basquete, vôlei e futebol de salão . Na portaria , a bilheteria estava cheia , os vendedores de pipoca , algodão doce mal conseguiam atender á todos ; o clube parecia ser o único ponto de diversão para a juventude local , no subúrbio da cidade , um tanto longe das luzes da metrópole.
Lá dentro, nos vestiários já estavam “MADAME LEOPARDO e A INDIA COMANCHE. Não se olhavam muito, só pela visão periférica , mas com toda certeza o ar deveria estar carregado, e uma palavra dita errado , poderia fazer começar a luta ali mesmo.
Fabrício pediu calma e silencio para a plateia que já vaiava e assobiava .
“ Senhoras e senhores – começou Fabrício - , a Trupe RAINHAS DO RINGUE tem a honra de apresentar o combate entre a nossa campeã ; com 1, 70; 75 quilos de músculos de força e raiva , que enfrentará a não menos perigosa “ MADAME LEOPARDO “, com as mesmas medidas de altura e peso . E que vença a melhor. Bom divertimento .
Fabrício desapareceu para encontrar com seu amigo Radamés Quintanilha .
Enquanto isso , entravam no ringue armado , vestidas de biquini , mostrando seus corpos fortes , de certa forma musculosa , coxas grossas e fortes . A primeira havia sido A INDIA COMANCHE , seguida por uma morena de olhos claros e cabelos curtos , “MADAME LEOPARDO “ . As duas se provocavam , mexiam nas cordas , batendo em seus braços e nos peitos .
Fabricio grita , por um microfone :
“LUTEM”
A luta começou com as duas se estudando , tentando demonstrar força, este estado de coisas continua até que a MADAME LEOPARDO consegue pegar as mãos da rival . Sua força espanta a INDIA, que não podia acreditar que em tão pouco tempo a adversária tivesse conseguido tanta força; mas agora a questão era somente derrota-la. A LEOPARDO abraça sua oponente com a força que a INDIA ainda não está acreditando . Continua a apertar a rival á ponto de conseguir levanta-la alguns centímetros do chão . LEOPARDO parece estar olhando para a rival e comenta ( AMARALINA , VOCE CONTINUA A MESMA , SÓ EU QUE DECIDI PEGAR A SÉRIO A LUTA LIVRE .MAS , AQUI VOCE VAI PODER OUVIR O DOBRE DE FINADOS DA SUA CARREIRA .”) , já está começando a sentir que o ar está lhe faltando . A LEOPARDO continua a apertar ( INDIA PODE TER CERTEZA QUE NÃO VOU TE MATAR AQUI – TEM MUITA GENTE OLHANDO – MAS QUERO QUE VOCE SAIBA QUEM É A MELHOR – EU “) .Com o que lhe resta , a INDIA consegue dar uma cabeçada na oponente , que surpresa a solta . (“ BOM GOLPE GAROTINHA , MAS ISSO NÃO IRÁ MUDAR EM NADA O RESULTADO “) a Já sentindo solta , a INDIA tenta levantar , mas a LEOPARDO deixa-se derrubar nas costas da adversária , voltando a segurar a garganta da INDIA e a forçando para trás . Desta vez , Amaralina está pronta , mesmo de costas e com as pernas livres , ela consegue forçar o corpo á ponto da adversária notar a manobra , ocasionando mais pressão no pescoço desta . A INDIA começa a sentir que a luta pode estar perdida ; mas ; talvez para “ gozar “ daquele momento , a LEOPARDO a solta , e a levanta no momento em que soca duas vezes a barriga da adversária , a INDIA cambaleia . Fabricio de seu lado , presta agora atenção ao seu amigo Radamés , que no momento acende um charuto mal cheiroso e assopra a fumaça para o rosto de Fabricio “ FABRICIO , MEU VELHO AMIGO. VOCE ELOGIOU TANTO ESTÁ TAL DE INDIA QUE ACREDITEI MESMO QUE EU DEVERIA DESISTIR DA LUTA, MAS PELO QUE ESTOU VENDO , A MINHA GAROTA VAI DERROTAR A SUA PROTEGIDA. ACHO QUE ESTOU PENSANDO EM APOSTAR COM VOCE “). Fabricio ri meio sem graça; sente que Radamés está com razão , e que a sua campeã será vencida fragorosamente ; ,mas mesmo assim , até como a demonstrar que não tem medo , aceita a aposta .: A sua Comitiva contra o grupo de Radamés , o vencedor leva tudo. Voltaram os olhos para aquele ringue onde a LEOPARDO agora levava a Índia para um dos corners e volta a socar perto do peito. Toma distância até o outro corner e corre em direção da oponente , que parece praticamente batida . Mas , não sabendo de onde teria tirado forças , a INDIA sai da frente , fazendo com que a LEOPARDO bata com aos ombros no poste que segura as cordas do ringue . Mais que depressa , a INDIA agarra a cabeça da adversária , vira para ela e começa a soca-la na barriga , nos peitos e no rosto (“ ENTÃO LEOPARDO, ESTAVA DIZENDO QUE EU OUVIRIA O TOQUE DE FINADOS . QUANTA IGNORANCIA . AGORA VOPCE VAI APRENDER O QUE É LUTAR . ESPERE E VERÁ )A LEOPARDO esta grogue . Onde estão , Fabricio e Radamés observam. Radamés até apagou o charuto, e agora tosse . Fabricio bate nas costas do amigo até este se restabelecer ( RADAMÉS , VOCE ESTÁ PRONTO PARA PASSAR PARA MIM O SEU GRUPO, NÃO ESTÁ . AMANHÃ MESMO QUERO CONVERSAR COM AS GAROTAS “) Ao que Radamés ainda comentou –“MEU AMIGO, ACHO QUE A LUTA AINDA NÃO TERMINOU . CONTINUO COM FÉ NA MINHA GAROTA . VOLTEMOS A ASSISTIR “) . No ringue a INDIA acabara de levar LEOPARDO até a ultima das cordas , sobe até a segunda , pegando a rival até a altura de sua cabeça , joga a rival para o chão e se lança em seguida . Atinge a barriga de sua oponente , que àquela altura dos fatos está completamente batida . A INDIA levanta novamente sua oponente segurando -a ´pelo pescoço e com outra mão entre as coxas , levanta -a novamente ,. Soltando-a em direção ao chão . A queda , no entanto é parada pelo joelho da INDIA . MADAME LEOPARDO caiu praticamente desacordada . Fabricio deixa seu amigo , agora um tanto abestalhado , e sobe no ringue para levantar o braço de Amaralina .
- A vencedora , e ainda campeã : a nossa INDIA COMANCHE .
Um pouco mais tarde, enquanto nos vestiários, enquanto estão sendo massageadas com óleo e perfumes . Fabricio entra :
- Então . Acho que com esta noite , você não vai parar mais.
- Não . É muita adrenalina , que possivelmente não terei na chácara .
- Então . Até manhã á tarde . E você também Jessica .
Enquanto Fabricio saia , as duas se olharam espantadas .
M. GHROTIUS 2020.
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Conto 2 - A Rival :
Não sei se em algum momento da minha vida eu chegaria a esta experiência ; nem em meus mais loucos pensamentos pensei que um dia iria passar pelo que passei . Mas foram os acontecimentos que me levaram. Acaso , gostaria de ouvir o porquê daquele acontecimento que mudou a minha vida !
Vamos começar pelo princípio. Me chamo Catarina , mas pode me chamar de Cat; este diminuitivo até que cai bem para o meu tipo. Estes meus olhos amendoados , o meu modo de andar parecem a de uma gata , ou com a cor da minha pele , dizem , eu poderia passar por índia ou hindu.
A moça conversava em uma lanchonete no centro da cidade . Á sua frente um quase senhor ouvia com prazer o que a moça contava . E ela, uma morena estonteante de olhos azuis , cabelos cortados “À la Garçone “, um corpo que faria estatuas soarem, ia desfilando sua vida sem nenhum pudor ; e – quem sabe - até aumentando um pouco em um ou outro fato.
Olha , senhor, eu nunca fui de briga , treinar alguma coisa além de vôlei e futebol , só algumas aulas de defesa pessoal ( o senhor sabe como esta cidade está ). Devo ter um destes tipos de dominadora e que devo causar muita inveja nas pessoas . Não tenho culpa se os marmanjos babam só em me ver , E quando vou ao clube e na piscina , eles aparecem como abelhas ou motoqueiros em um acidente com um dos seus .
O homem até pigarreou . Estava por ali para beber seu café da tarde , depois de seu passeio de recém aposentado. Passava seu tempo olhando as pessoas na rua , e de quando em vez voltava os olhos para o livro que estava lendo. Sequer havia notado quando a Cat sentou-se á sua frente ; e sem esta ou aquela passou a conversar .
- Pois é o que digo, moço .Não posso ser culpada pelo frisson que causo nos homens – e sei que também em algumas mulheres . Mas daquela vez foi diferente . Era uma tarde como esta , que já ia pela metade ; acho inclusive que foi nesta mesma lanchonete que aconteceu tudo. Estava conversando com o Ari no balcão , jogando conversa fora , quando a mulher chegou. Olha , seu moço, posso até ser um pouco barraqueira , falo cada palavrão que o senhor nem imagina , mas não gosto muito de brigar . O caso foi que aquela moça entrou feito um não sei que , pegou pelo meu braço apertando e falando “deixa meu homem em paz “ . Assim mesmo , “ meu homem” , isto só ouvira daquelas mais desclassificadas das putas . Mas , ela não parou por ali. Não me deixava sequer perguntar que homem seria este , o que era aquilo ; ela só falava “Deixa em paz meu homem , sua sirigaita “. De repente , a tal mulher me jogou contra as mesas e puxou o meu cabelo ( por isso que agora corto assim curtinho ) . A mulher era grande e forte , não muito mais forte do que eu . Mas ali , tomada de surpresa não consegui fazer quase nada “Aquele homem é meu, e se tentar de novo , eu te parto a cara “ . O Ari olhou para a mulher que segurava o meu cabelo com uma das mãos e com a outra – com certeza – acertaria um soco . Ainda hoje , não sei se ele torcia para acabar em briga , ou estava pensando nos possíveis prejuízos que teria, por que , no princípio não fez nada .Sequer no momento em que ela me jogou contra o balcão e conseguiu dar um soco. Só então , o safado decidiu nos separar. Continuei não sabendo nada de tudo aquilo . Por certo não conhecia o homem , ou aquela loira muito maquiada .
- É , sua vagabunda ; peguei você de surpresa . Agora está xavecando este traste! Que decadência .
- Pois é , moço. A sujeita disse que se chamava Doriana – onde já se viu dar nome de margarina a um pessoa – Quando finalmente o Ari nos separou , e outros dois garçons nos seguravam, a tal Doriana continuava como uma louca . “ Me solta , vou quebrar a cara dela , me soltem”. O Ari falou que em sua lanchonete não iria haver briga , e que se quiséssemos terminar isso , que escolhessem outro lugar . Doriana ( ou Dori para ficar mais fácil ) então parecendo mais contida falou” Vamos para a minha casa , lá prometo que vou te quebrar toda. Garanto que não vai esquecer desta surra enquanto viver “. Ainda surpresa com tudo que acontecera até aqui , nem pensei direito e respondi “ putas primeiro “. Devo tê-la provocado ainda mais a diaba, porque só faltou me empurrar porta á fora . Dori chamou um taxi; eu não podia agora fugir deste desafio , então saímos até a casa desta mulher estranha. Vou falar que até era uma casa bonitinha, térrea, com janelas na frente ,uma sala de visitas grande para o tamanho da casa , cozinha , quarto e banheiro. Se tivesse que comprar uma casa , teria escolhido uma igual a esta . Mas estou desviando da história .
- Nada disso . Continue .
Pois então ; depois que já estávamos na sala com alguns móveis uma televisão e um tapete um tanto grosso , a Dori trancou a porta e começou a se despir , me mandando fazer o mesmo. Como estava na toca da leoa, não me restou outra saída , senão cumprir a ordem . Uma vez nos duas nuas- e quando digo nuas quero dizer , peladas mesmo – ( Á esta altura do relato, a lanchonete estava quase vazia , com exceção do Ari , dos garçons , do senhor e de dois fregueses, que até aquele momento não havíamos notado. E que agora estavam calados e com o olhar parado na narradora deste estranho caso) .
- Continuando; quando já estávamos nuas , a Dori me atacou sem aviso , em cima do tapete. Ela me derrubou e começou a me apertar em um verdadeiro abraço de urso . – Aquela mulher , realmente era muito forte especialmente com aqueles braços um tanto musculosos . Dori deve ter se cansado com este abraço por que me soltou , cai como se estivesse desmaiada – ao que Dori começou a passar a mão pelo meu corpo procurando o meu sexo ( Ei; espera um pouco eu vim aqui para brigar ). Dori levantou-se e me levantou , fechou uma das mãos para me socar , mas o soco ficou no ar quando me esquivei ( acho que não falei que tive algumas aulas de boxe ) , enquanto já preparava a resposta , fechando a mão e socando duas vezes sua barriga .Ela se dobrou sentindo os murros , então acertei uma joelhada em seu rosto. Mas a diaba não desistia . Ela veio como não sei o que , jogando-se contra mim , que acabei caindo novamente. Ficou ao meu lado olhando para imaginar o que iria fazer , Começou agora a apertar a minha garganta ; mas como aprendi com meu instrutor de MMA ( acho que eu também não falei disso , desculpe ) .Assim , consegui sair daquele pretenso “arm. look”. Levantei ainda um pouco grogue , mas assim mesmo muito rápida, e pisei forte no peito daquela vaca . Ela ainda conseguiu pegar no meu pé e voltou a me derrubar ; só que agora ela estava muito mais possessa - e como ensinou outro treinador de não me lembro o que – sabia que nestas horas a luta pode ser ganha . Ali, um pouco deitada, com a Dori em pé ao meu lado , olhando para mim , pude ver que estava acreditando que a luta acabara e portanto sua guarda estava mais baixa. Empurrei a Dori que caiu sentada , Neste momento levantei-me rapidamente e chutei a cabeça dela umas duas vezes . Dori caiu de costas e subi em cima dela . Foi quando ela disse :
-Desculpe , acho que me enganei.
M GROTIUS 2020
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