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domingo, 30 de abril de 2023

Conto: A Desforra!:)....enviado

A DESFORRA

 

Depois da derrota contra a “ Fera do Serrado “, minha mulher andou algumas semanas amuada, quieta, rabugenta. Estava claro que, além da “ Fera “ ter ministrado uma magnifica derrota, minha mulher aguardava a oportunidade de uma revanche.

Foi em uma sexta feira, se não me falta a memória, Linda (era seu nome) chegou esfuziante em casa, com aquele sorriso – quase uma gargalhada – como se houvesse ganhado na Mega Sena sozinha.

 - Querido – começou ela – lá no Banco recebi um telefonema estranho. Fui levando a conversa até que finalmente descobri quem seria – era a “ Fera “- ela está vindo para São Paulo e aceitou meu desafio. Agora chegou a minha vez de destroçar aquela pretensiosa.  Além disso, aquela desgraçada, que já marcou um encontro conosco para quarta à noite, naquele bar onde nos conhecemos.

Posso  dizer , que aqueles três dias de espera foram angustiantes para mi; afinal, desde , mas desde que a vira - reavivou a minha chama . Passei todas as noites sonhando com ela, me apertando entre aquelas coxas grossas e fortes, ou me abraçando nua, ou deixando meu rosto no meio daqueles portentosos peitos.

- Querida. Continuo confiando no seu taco. Aquela luta é do tipo que deve ser esquecida. Mas, e aquela monumental cabocla, também deve estar muito preparada.

- Monumental. Pois saiba você que depois da luta você não irá acha-la assim tão monumental

Eis que chega a quarta feira. Estava bastante excitado. Deveríamos tê-la aguardado no aeroporto, mas o acordado é o acordado.

Já estávamos no pequeno bar a pelo menos meia hora. Pude ver como o bar não mudara nos últimos dez anos, aproveitávamos para saborear o melhor Bauru que conhecia (não menosprezo o feito no Ponto Chic, é claro). Tentávamos não parecer ansiosos. Comentava que a “ Fera “ talvez quisesse entrar   em forma de apoteose .

E, realmente chegou com roupas justas desenhando coxas grossas e um tanto musculosas, os peitos - que chamaria de perfeitos, mantinham-se presos por uma camisa decotada deixando o colo à mostra.

- Como o combinado, estou aqui para acertarmos como será a minha mais nova vitória.

 A voz deixará de ser tão aveludada como da primeira vez em que nos encontramos. Seus lábios vermelhos pediam beijos os mais loucos e seus olhos azuis ainda eram quase hipnotizantes.

-  escuta aqui sua..., aquela luta não conta, fui roubada desde o início. Achei que o arbitro seria um dos seus amantes. Mas, desta vez vai ser diferente. Você é quem irá sair com o rabo entre as pernas.

(Comentei de mim para mim mesmo “ e que rabão “)

Amante, aquele cara. E eu lá ia arranjar um cara sem gosto como aquele. O seu marido sim. Por ele, se fosse necessário até deixaria você ganhar se ele pudesse ser meu, pelo menos por uma semana.  E, mais a mais, a moçoila agora vem cantando de galo e contando com o ovo antes de nascer.  Acho que novamente irei cantar por último, sua GALINHA.

 Naquele momento tive receio que a luta fosse começar ali mesmo, não fosse o velho Samir – o dono do bar – pedir que falássemos mais baixo- ou nos arrancaria aos pescoções (e ele era forte bastante para cumprir a promessa).

- Tudo bem. Tudo bem. Mas agora vamos acertar os ponteiros. Primeiro deveríamos dizer como vamos lutar, de biquíni, maio ou nuas. Você escolhe. O local também, para mim qualquer canto serve, já que eu luto em qualquer lugar. Pode até convidar amigos ou amigas – será bom assistir a sua derrota. – Mas, quero ganhar alguma coisa pela lição que darei em você. Sugiro 30 000 para a vencedora – que é claro, serei eu. E 20 000 para a derrotada. Acho um bom valor. O local pode ser aquele da sua derrota.

- OK. Já sinto o dinheiro entrando nos meus bolsos.

- E tem mais, acostumei com lutas de rounds. Acho que 2 rounds está bom. E teremos duas “segundos”.

- Perfeito.

- Vamos marcar para sábado agora.

 

(Nota do narrador:  acho que estou me alongando muito nestes prolegômenos. Acho melhor leva-los agora até o dia e a hora da luta começar)

Era uma grande sala, cadeiras, poltronas e outros móveis haviam sido afastado para que se armasse um “ringue “- que nada mais era senão uma série de colchonetes. Alguns amigos meus e de minha mulher estavam lá, como os conhecidos da “Fera “. Conversávamos, bebíamos em pouco e alguns, mais dados ás apostas faziam seus “bolões” (por óbvio achei melhor apostar em minha mulher). O tempo corria, as conversas começaram a rarear, assim como as piadas e outros chistes.

A espera começava a ser enervante. Até que saindo de um lugar desconhecido, ouvimos a música do filme “ Rock “. As pessoas rapidamente se recolocaram, alguns deixaram seus copos no chão perto de suas cadeiras, outros apertavam as mãos pensando em suas apostas.

Finalmente entraram. Desde este momento, as duas já se olhavam como duas feras acuadas. O que melhorava o espetáculo. Os corpos estavam molhados – alguém deve tê-las molhado para aumentar a libido de todos -   Estavam de biquíni, que apertavam os peitos (Todos aguardavam que logo aqueles montes de carne pulassem do tecido que tão fracamente os prendiam.

- Galinha – começou a Fera- vou fazer você cacarejar logo.

- Vai sonhando- respondeu Linda.

E assim as duas se engalfinharam em um verdadeiro teste de força (a pequena plateia torcia e assobiava, as “ segundo não paravam de mexer as cabeças hora comemorando, ora quase desesperadas). A Fera atacou primeiro arrancando o “ bustiê “ da adversária , ao mesmo tempo em que acertava uma joelhada no estomago de Linda. ( Galinha. Esperava mais de você. Que vitória mais sem graça. Nossos conhecidos querem ver mais) . (Ainda não chegou a hora –respondeu, ainda dobrada; outra joelhada atingiu o rosto (Espero não ter desfeito sua plástica – comentou a Fera) (Plástica é você quem vai precisar). A Fera arrancou também a parte superior de seu biquíni em quanto linda a envolvia em um “abraço de urso “ (A galinha quer mostrar serviço. Que bom!) A Fera tentava se desvencilhar, linda apertava cada vez mais enquanto a outra aplicava socos e cotoveladas cada vez mais fracas (agora vou começar a te ensinar- falava linda.), repentinamente deu uma meia volta que a fez cair de costas no colchonete. A Fera se desvencilhara do aperto de urso e passou a esmurrar os peitos da rival, seus socos vez ou outra chegavam até o rosto. Parou quando achou que linda estaria desacordada. Levantando-se, olhou para a pequena plateia, com ares de vitoriosa colocou o pé sobre a barriga de Linda, batendo as mãos várias vezes no peito (ainda não chegou mulher que me derrotasse –jactava) voltou a olhar a rival ainda deitada no colchonete, quando falou quase em sussurro (Galinha, aprendeu de uma vez agora quem é a melhor). Linda levantou um dos dedos da mão olhando gravemente para a até agora vencedora. (A galinha ainda quer apanhar mais, ótimo estava com saudades disso então que seja feita a sua vontade). Dizendo isso, a Fera levantou a rival até ambas ficarem rosto com rosto. Linda aproveitou a ocasião para socar com a direita – que era o temor em seus treinos de boxe -  primeiramente o meio das coxas da rival para terminar com outra direita no rosto da Fera. Os socos continuavam e a Fera parecia não mais conseguir se proteger deles. Estava completamente batida, se não fosse o toque terminando o primeiro round.

As duas se separaram, Linda parou os socos e foi até um dos cantos do colchonete enquanto a Fera ainda estava com dificuldades visíveis de chegar até lá.

Rapidamente quatro mulheres, em trajes sumários, correram para atender as duas lutadoras. Jogaram água sobre aqueles corpos sem nus e resfolegantes – o que é obvio, mais excitava a pequena plateia. Logo uma toalha foi sendo passada lentamente nos corpos das duas guerreiras, enquanto as duas bebiam agua de garrafas de plástico, deixando cair fios e gotas sobre o corpo (notadamente os seios e a barriga). Se a pequena plateia pudesse ouvir o que aquelas mulheres comentavam, ouviriam algo como (-  fera, cuidado   com ela. Parece que desde o último encontro ela melhorou os golpes. Mas é melhor soca-la logo no começo várias vezes, cansa-la para depois – e só depois aplicar aquele seu golpe de misericórdia   ou então Linda A Fera continua forte, e agora ela pode começar a usar golpes baixos – você sabe como ela pode ser rude e desleal.  Ainda continua ágil, você deve ataca-la na primeira oportunidade com “ voadoras “, “ gravatas “ ou até enforcamento, senão ela irá aproveitar qualquer erro da sua parte. Quando achar que está na hora use aquela sequência que conhecemos.).

A plateia estava excitada, especialmente quando as duas lutadoras estavam sendo massageadas nos ombros, no corpo inteiro. Outros começavam a pensar se suas apostas ainda estavam no páreo, pr5ocurando outros para mudar o palpite.

Tocou o gongo para dar início ao segundo round.

 

Desta vez as duas estavam mais cautelosas, tocando as mãos tentando agarra-las. Podíamos sentir não só o calor que vinha das duas como a excitação que tomara conta da pequena plateia. Finalmente as duas ficaram frente a frente, quase tocando os narizes. Mas havia um certo receio de começar propriamente o round. Este receio já começava a incomodar a plateia. A Fera consegue agarrar os braços de sua oponente, puxando-a de encontro ao seu corpo, aqueles corpos ainda levemente úmidos se roçavam, A Fera aproveitou o abraço que havia resultado no seu ato, para circular pouco abaixo dos peitos e coxas da rival. Passando a aperta-la  . Linda tentava se desvencilhar enquanto a outra até já conseguia levantar a oponente alguns centímetros do chão, (O seu fim está próximo, galinha. Se não pedir agua agora vou quebrar algumas costelas.) (Quero ver). Como se estivesse cansada da daquela posição e força, a Fera deixa Linda cair ao chão e pulou em cima. As duas estavam agora trocando socos e esganaduras, mas quem parecia estar vencendo era a Fera que com aqueles braços fortes garroteava. Linda. Parecia que a vencedora novamente seria a Fera. As mulheres que ainda á pouco massageara as lutadoras estavam em êxtase, O grupo da Linda olhava incrédula- Linda dificilmente sairia deste golpe. Até mesmo ela começava a acreditar na derrota. E ela sabia o quanto pensar assim realmente poderia leva-la a derrota.  Já, para os lados da Fera, confiante em mais uma vitória, ela soltou a oponente, levantando-a. Novamente voltavam a estar frente à frente, Linda parecia visivelmente batida, um tanto siderada, a Fera poderia facilmente soca-la ou derruba-la tão só (Vamos, garota, gostei de você desde a minha primeira vitória, quem sabe aceitaria uma “ negra”) (Não será preciso _). Sem entender, a Fera viu Linda fechar um dos punhos e tenta acertar o rosto da rival, que acaba no vazio, enquanto sua direita acerta no meio das pernas. A Fera se curvou e Linda acerta um chute no rosto fazendo a outra recuar e parecer atordoada; recuando. Sabe-se lá como Linda ganhava animo. A Fera ainda não estava entendendo o como- com a vitória praticamente em suas mãos – agora estar naquela situação.-  Linda  agora garroteava a Fera e juntas caíram ao chão  A Fera  tenta levantar primeiro , mas sentiu as mãos da oponente segurarem seus braços e levanta-la até com uma certa facilidade, até  um pouco acima da cabeça de Linda ,que naquela posição ,  a Fera ainda não percebera o que estava acontecendo , não esboçou resistência , Linda a jogou em direção ao chão , não seu antes acerta-la com um de seus joelhos. A Fera caiu estrepitosamente.

- Então Fera, ainda estou pronta para mais um round.

- Eu desisto, por agora. Você é a melhor. Mas ainda tenho algumas conhecidas que irão dar cabo de você, sua galinha.

- Vá esperar sentada., que em pé cansa.

 

M GROTIUS 

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